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Porque não devem fumar charutos falsificados

Não costumamos falar aqui de tabaco, até porque faz mal à saúde. Faz mal à saúde, mas eu gosto.

Quando fumo charutos, o que vai sendo um luxo de que usufruo cada vez menos, tento que seja um verdadeiro prazer.

O que o vídeo acima demonstra é o resultado de comprarem charutos Monte Cristo falsos. O seu interior não tem propriamente folhas de tabaco, mas sim os restos destas, mais terra, muito provavelmente resultado do que é varrido do chão da fábrica.

Martelar a Ciência

A etiqueta sobre marteladas é uma das minhas preferidas no Poupar Melhor. Aplicado à poupança, isso quer dizer que é importante sabermos como poupar, mas é igualmente importante saber aquelas coisas não nao servem para poupar, ou são mesmo uma fraude.

Ao ler este artigo há uns dias, fiquei a perceber que a fraude grassa muito mais pela Ciência do que aquilo que já pensava, e que aquilo que nos impingem todos os dias pode estar de tal forma inquinada, que o melhor seria mesmo não pensar nisso. Mas, como gosto muito do método científico, estou a devorar várias vertentes referenciadas no artigo, antes de as “papaguear”. Porque sim, esta pode também ser conotada com as grandes teorias da conspiração…

O artigo que referenciei acima dá um exemplo muito interessante, baseado no teorema de Bayes. Se não leram o artigo tentem ao menos acertar no paradoxo seguinte:

Suponha que está preocupado com a possibilidade de ter uma doença rara. Decide fazer um teste, e suponha que o método de teste dessa doença é correcto em 99% dos casos. Por outras palavras, se tiver a doença, o teste di-lo com 99% de certeza, e se não tiver a doença, o teste diz que não tem a doença com uma igual certeza de 99%. Suponha ainda que a doença é na verdade bastante rara, ocorrendo de forma aleatória na população em geral apenas em uma de cada 10 000 pessoas.

Chegou o momento da verdade: você abre os resultados e eles são positivos. Quais são as probabilidades de ter realmente a doença?

  • 99%
  • 98%
  • 50%
  • menos de 1%

Para ficar mais descansado, veja a resposta aqui.

Verificar plágio na Internet

Copyscape

Copyscape

Aqui no Poupar Melhor conhecemos o caso de um chico-esperto que utiliza o RSS feed do nosso site para copiar o nosso conteúdo para o site dele. Já pensámos em introduzir-lhe umas marotices no conteúdo através da alteração do conteúdo quando o pedido viesse da origem dele. Infelizmente, o divertimento seria pouco uma vez que detetada a nossa malandrice, o chico-esperto teria pouco trabalho a mudar ou obfuscar a origem.

A @Jonasnuts já nos tinha ajudado quando pessoas com menos escrúpulos decidiram aplicar-nos uma dose de legislação mal amanhada dos Estados Unidos da América.Ela é conhecida na Internet por gostar pouco de vigarices e más desculpas.

No seu blog falou do que fazem os mandriões que não se querem dar ao trabalho de produzir os seus próprios conteúdos. Entre cópias e citações mal amanhadas, encontra-se de tudo na Internet, mas esta história que a @Jonasnuts conta trazia uma informação que achei bem partilhar convosco.

A @Jonasnuts propunha passar um site todo pelo Copyscape, uma aplicação disponível online para verificar se um dado URL contém um conteúdo duplicado. O que não nos disse foi como podemos mesmo fazer isto para um site todo.

Para já sei que é possível copiar uma frase para o Google dentro de aspas e procurar saber se há outros sites que a tenham usado. Se a frase aparecer noutro URL pode ser plágio. Só falta fazer um script que faça isto por mim de tempos a tempos e produza um alerta quando encontrar algo que me pertença.

Fica aqui a nota que podemos usar o site Copyscape para verificar uma página de cada vez. Vamos ver se arranjamos alguma maneira de verificar o site todo sem ter de andar a fazer copy e paste de cada página ou a martelar intensivamente o Google.

Batota académica

Quando ainda estão frescas as notícias que envolveram uma investigadora Portuguesa em contornos no mínimo duvidosos, conforme referenciamos neste artigo, dei por mim a tropeçar numa página intitulada Guia da Desonestidade Académica.

A página tem uma oprientação que me parece positiva, e que consiste “em ajudar o formador / professor a prevenir e evitar este tipo de comportamentos anti-pedagógicos“.

Parece-me bem, até porque é preciso compreender e minimizar o fenómeno. Neste artigo introdutório, que me atrevo aqui a copiar abaixo, enquadram-se os mais importantes tipos de desonestidades académicas:

  • Plágio: A cópia ou repodução de conteúdos produzidos por outros autores sem o seu prévio consentimento e com o objectivo de assumir a paternidade dos mesmos.
  • Falsificação: Consiste em falsificar dados, informações ou citações durante a elaboração de trabalhos académicos.
  • Mentira: Fornecer informações falsas ao tutor com o objectivo de o enganar, p.ex. inventar uma descupla para cumprir um dado prazo na entrega de um trabalho.
  • Cabular: Copiar respostas de terceiros  – com ou sem o consentimento dos mesmos – ou de apontamentos, vulgo “cábulas” durante a realização de testes ou exames.
  • Suborno: Obter através de serviços pagos – de colegas ou através de sites especializados neste tipo de actividade – ajuda e respostas para a elaboração de testes ou exercícios.
  • Sabotagem: Sabotar o trabalho de terceiros na tentativa de evitar que terceiros completem o seu trabalho com sucesso. Estas práticas ocorrem em contextos de elevada competetividade académica.
  • Condutas Profissionais Impróprias: fraudes que visam envolver profissionais do meio académico com o objectivo de facilitar a progressão académica, p.ex. comprar notas, pagar para obter antecipadamente cópias dos testes, etc.

Outra página menciona estudos sobre o plágio académico, com muitas estatísticas muito interessantes. Outra página muito interessante evidencia as técnicas de como cabular. Uma outra página explica como prevenir a fraude académica. É um conjunto de páginas que vale a pena ler com atenção, para compreender este fenómeno, que será cada vez maior, na minha opinicão.

Martelar carros em Lisboa

Na recente discussão sobre a Segunda Circular, várias vezes tropecei no argumento do excesso de carros em Lisboa. E não só sobre o projecto da Segunda Circular, mas outros que estão a ser discutidos em Lisboa. Várias vezes, várias pessoas, linkaram para um gráfico disponível em vários locais da Internet, nomeadamente no Corvo (não ponho link, pois o Google diz que que “This site may harm your computer”), mas também no Wikipedia, onde é nomeadamente referenciado na página de Lisboa. O gráfico pretende evidenciar a relação entre a população residente em Lisboa, versus o respectivo parque automóvel:

População_residente_vs_parque_automóvel,_em_Lisboa

População_residente_vs_parque_automóvel,_em_Lisboa

O gráfico mostra-nos uma linha a azul com a população residente no município de Lisboa, com o respectivo eixo dos yy à esquerda. Está a descer e bem! Os autores do Poupar Melhor contribuíram para isso! A linha a vermelho supostamente mostra o número de ligeiros de passageiros e todo-o-terreno no Município de Lisboa, com o respectivo eixo dos yy à direita. Aumentou e bem, e ambos os autores do Poupar Melhor contribuíram também para isso.

O problema está obviamente na linha a vermelho. Provavelmente por incapacidade de obter os números para o concelho de Lisboa, o autor aplicou a proporção populacional de Lisboa, a cada ano, ao parque automóvel de Portugal. Esta última variável é dado por este gráfico:

Evolução do número de automóveis em Portugal

Evolução do número de automóveis em Portugal

Reparem como o número de automóveis aumentou muito significativamente. Mas, pensando bem, está surpreendido? Vamos experimentar a técnica do martelanço! Procurei saber qual o município português que tinha perdido mais população. Mas não consegui encontrar em pouco tempo, pelo que me vou socorrer do exemplo da Sertã, que segundo um artigo do Público, perdeu 37.5% da população em 30 anos. Qual será a relação dos sertanenses com o automóvel? A resposta martelada é a seguinte:

Relação dos sertanenses com o automóvel

Relação dos sertanenses com o automóvel

Conseguem reconhecer o gráfico? Os sertanenses tiveram quase exactamente o mesmo comportamento dos Lisboetas? Bolas, o exemplo que arranjei em dois minutos na web é ainda mais estupidificante, porque a perda populacional dos dois concelhos não foi muito diferente.

Mas, podem experimentar com outros concelhos, mesmo aqueles que ganharam população. A grande diferença será naturalmente a curva a azul, que será ascendente. A curva vermelha terá sempre um aspecto semelhante, porque qualquer gráfico derivado da evolução do número de automóveis em Portugal, será naturalmente uma curva ascendente, semelhante à do segundo gráfico acima. Na verdade, seria preciso que um concelho perdesse quase 85% da sua população para que a curva vermelha começasse a inverter…

Enfim, ainda haveria mais a dizer sobre este gráfico. Fica só mais uma. Na replicação do gráfico que fizemos de Lisboa, conseguimos ir buscar dados uns anos atrás. Os dados interpolados da população de Lisboa, recorrendo aos dados da mesma página do Wikipedia sobre Lisboa, passam uma mensagem gráfica bem diferente, como se pode ver pela imagem abaixo. Porque não estarão esses dados no gráfico original? A resposta parece-me óbvia…

Dados de Lisboa martelados, mas com uma mensagem gráfica diferente...

Dados de Lisboa martelados, mas com uma mensagem gráfica diferente…

Abaixo os números 808!

Os números 808 são um dos resquícios das telecomunicações de há muitos anos atrás. Já nem todos se lembram do anterior Plano de Numeração, em que era preciso marcar indicativos.  Uma parte da história da transição, que se verificou a 31 de Outubro de 1999, está disponível nesta página do Órgão Regulador. Para um enquadramento mais alargado, das comunicações em Portugal, este documento é provavelmente o mais completo online.

Sucede que os números 808, também conhecidos por números azuis, prometem que apenas se paga o equivalente a uma chamada local. Acontece que o conceito de chamadas locais há muito que desapareceu, mas esta relíqua manteve-se. Com a agravante que a grande maioria dos tarifários actuais permite chamar sem custos para os telefones fixos nacionais. Com excepção destes claro, que continuam a ser pagos como números especiais.

Aqui no Poupar Melhor entendemos que é altura de ir acabando com este engodo aos consumidores! Como não podemos fazer nada para acabar com os números, podemos pelo menos publicitar os números 808 mais conhecidos, e o exemplo daquelas empresas que já publicitam os números alternativos, sem custos para os utilizadores. Muitas vezes a coberto de se ligar do estrangeiro, pois não é possível ligar para os 808 fora do país.

Para isso criamos a página 808, que enumera os tais 808 que descobrimos (deixem-nos nos comentários outros que não tenhamos incluído), nos quais complementamos com a informação do número fixo para o qual se pode ligar em alternativa.

O objectivo é consciencializar as empresas a abandonarem estes números arcaicos, e substituí-los por outros sem custos para os utilizadores. É claro que algumas sentir-se-ão tentadas a usar os 707, que ainda são mais penalizadores, mas vamos pensar que eles não quererão chatear os consumidores…