Gás, ERSE e consumidores

A ERSE recentemente comunicou que a GALP e a EDP andam a ser investigadas por irregularidades. Segundo as notícias, as sanções podem ir até 10% do volume de negócios anual. A GALP já veio dizer que as anomalias são em “número bastante limitado”.

As anomalias devem ser em número bastante limitado, porque os consumidores não reclamam! Por isso, no final desta semana, estas notícias foram mais um incentivo para fazer mais uma reclamação no site da ERSE. E sempre que haja um problema substancial, como foi o meu caso, devemos dar disso conhecimento às Entidades Reguladoras, para que o seu trabalho seja assim ainda mais eficaz!

Connosco, o problema surgiu quando quisemos mudar o contrato de gás da Lisboa Gás para outra entidade. A outra entidade não pode fazer a transferência porque havia uma discrepância de dados fiscais. Depois de muitas horas de telefonemas, lá descobrimos que o contrato de gás está, alegadamente, em nome do anterior dono do apartamento!!!

Para a Lisboa Gás, aparentemente não interessa que emitam facturas em que obviamente aparecemos como titular. Interessa o que está no sistema informático deles, que deve ser obviamente um sistema informático diferente daquele que emite as facturas… Sistema informático que aparentemente consegue estar horas em baixo, conforme justificação para não me atenderem ao início da tarde da passada quarta-feira… Na altura foi-me explicado que não valia a pena ligar antes do final da tarde, mais me confidenciando que “aquilo” já durava há bastante tempo! Mas, prontos, às 20:40 já funcionava…

Para eles, é muito simples: tenho que pedir a alteração do titular, e fazer uma nova inspecção. Exactamente o mesmo procedimento que fizemos em 2007, quando então fizemos a alteração de titular… O que significou o pagamento de uma taxa ainda significativa, alterações que eles acharam que tinham que ser feitas, e muito tempo perdido! O problema é que eles agora argumentam que já passaram 5 anos, pelo que já não podem verificar o que eu digo, e portanto sou eu que tenho que provar o erro deles!!!

Enfim, independentemente de irmos tentar descobrir esses papéis, fica a sensação completa de mais uma manobra para impedir a transição entre comercializadores. O único objectivo parece ser o de sacar dinheiro com mais inspecções, e dificultar a mudança de comercializador. Felizmente, para isto temos os órgãos reguladores, e nós consumidores temos que fazer o que está nos nossos direitos: queixarmo-nos da prepotência, quando ela é tão evidente!

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  1. Retirado do portal da ERSE (http://www.erse.pt/consumidor/mudardecomercializador/Paginas/MudardeComercializador.aspx)

    3. Contratar
    Celebrar contrato com o novo comercializador e proceder à mudança. A mudança de comercializador não tem custos associados. O novo comercializador tratará de todos os procedimentos necessários à mudança, inclusivé da rescisão do contrato de fornecimento com o anterior fornecedor.

    Na maioria das situações, a mudança concretiza-se no prazo de 5 dias úteis. O prazo máximo para mudança é de 3 semanas. Poderá também acordar uma data com o seu comercializador. O novo comercializador passará a facturar o consumo de electricidade ou gás natural a partir dessa data e o cliente receberá do comercializador anterior uma factura até essa mesma data.

    Faço notar:
    1 – prazo máximo para a mudança é de 3 semanas
    2 – O novo comercializador passará a facturar o consumo de electricidade ou gás natural a partir dessa data

  2. A mim a Lisboagás ressuscitou o meu pai, que por acaso SÓ morreu em 1995 para me impedir de fazer um novo contrato com outra empresa.
    Naturalmente que o call center só me consegue “dizer o que está no sistema” e insiste em que pode facturar a pessoa distinta do titular do contrato ou seja a mim a pagadora.
    Claro que não me consegue explicar como renovaram o contrato com o morto e como aceitaram os meus documentos para novo contrato em 1995….
    MAIS UM MOTIVO PARA NUNCA TERMOS DEIXADO PRIVATIZAR O QUE É DE TODOS!
    PORQUE TEMOS AGORA DE ANDAR A LUTAR COM MONSTROS CICLICAMENTE SE QUEREMOS SER MENOS ROUBADOS?
    PORQUE TEMOS NÓS AGORA DE ANDAR A TODA A HORA A TRANSMITIR LEITURAS E A VER SE O CONTRATO ESTÁ OU NÃO NO FIM E SE VAMOS OUTRA VEZ PASSAR PELO MESMO CALVÁRIO PARA NÃO PAGAR MAIS MEIA DÚZIA DE CENTAVOS DE UM ORDENADO QUE JÁ NÃO TEMOS?
    Teresa Roque

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