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As empresas do petróleo

A evolução do preço do petróleo tem implicações muito significativas no nosso nível de vida. Embora seja considerada por muitos como o mau da fita nas alterações climáticas, e já tenha sido prognosticado o seu fim, a verdade é que o nosso estilo de vida, sobretudo no último século, não teria sido possível sem o ouro negro…

Também é verdade que a evolução dos preços tem sido condicionada por muitos factores obscuros. Todavia, a descida nos últimos tempos tem sido muito favorável para grande parte do planeta, seja dos países mais desenvolvidos, seja dos mais pobres. Dos que perdem, não há grandes problemas, pois tratam-se marioritariamente de países dictatoriais, ou de empresas “gordas”.

Para conhecer melhor estas últimas, o infográfico elaborado pela empresa Stedas é bastante útil. Como podemos ver abaixo, as maiores empresas do ramo estão distribuídas um pouco por todo o planeta. Umas são mais conhecidas, como a Shell e BP, outras nem por isso, como a russa Rosneft. Uns países têm mais petróleo que outros, sendo surpreendente a segunda posição da Venezuela. Dos cinco países com mais petróleo resulta uma curiosidade imediata: não gostaria de viver em nenhum deles! Fica igualmente claro que não nos livraremos tão cedo dos combustíveis fósseis…

Dados de petróleo e gás

Dados de petróleo e gás

Gás, ERSE e consumidores

A ERSE recentemente comunicou que a GALP e a EDP andam a ser investigadas por irregularidades. Segundo as notícias, as sanções podem ir até 10% do volume de negócios anual. A GALP já veio dizer que as anomalias são em “número bastante limitado”.

As anomalias devem ser em número bastante limitado, porque os consumidores não reclamam! Por isso, no final desta semana, estas notícias foram mais um incentivo para fazer mais uma reclamação no site da ERSE. E sempre que haja um problema substancial, como foi o meu caso, devemos dar disso conhecimento às Entidades Reguladoras, para que o seu trabalho seja assim ainda mais eficaz!

Connosco, o problema surgiu quando quisemos mudar o contrato de gás da Lisboa Gás para outra entidade. A outra entidade não pode fazer a transferência porque havia uma discrepância de dados fiscais. Depois de muitas horas de telefonemas, lá descobrimos que o contrato de gás está, alegadamente, em nome do anterior dono do apartamento!!!

Para a Lisboa Gás, aparentemente não interessa que emitam facturas em que obviamente aparecemos como titular. Interessa o que está no sistema informático deles, que deve ser obviamente um sistema informático diferente daquele que emite as facturas… Sistema informático que aparentemente consegue estar horas em baixo, conforme justificação para não me atenderem ao início da tarde da passada quarta-feira… Na altura foi-me explicado que não valia a pena ligar antes do final da tarde, mais me confidenciando que “aquilo” já durava há bastante tempo! Mas, prontos, às 20:40 já funcionava…

Para eles, é muito simples: tenho que pedir a alteração do titular, e fazer uma nova inspecção. Exactamente o mesmo procedimento que fizemos em 2007, quando então fizemos a alteração de titular… O que significou o pagamento de uma taxa ainda significativa, alterações que eles acharam que tinham que ser feitas, e muito tempo perdido! O problema é que eles agora argumentam que já passaram 5 anos, pelo que já não podem verificar o que eu digo, e portanto sou eu que tenho que provar o erro deles!!!

Enfim, independentemente de irmos tentar descobrir esses papéis, fica a sensação completa de mais uma manobra para impedir a transição entre comercializadores. O único objectivo parece ser o de sacar dinheiro com mais inspecções, e dificultar a mudança de comercializador. Felizmente, para isto temos os órgãos reguladores, e nós consumidores temos que fazer o que está nos nossos direitos: queixarmo-nos da prepotência, quando ela é tão evidente!

Rendido às evidências!

Tal como acontece em alguns sábados, tive oportunidade de ouvir parte do Tudo é Economia na TSF. Esta semana o entrevistado foi Artur Trindade, secretário de Estado da Energia. Dos poucos mais de 5 minutos que ouvi, percebi logo a coisa. Coisa essa que se solidificou quando ontem ao final da noite li a entrevista completa no Dinheiro Vivo.

Para contextualizar, Artur Trindade foi quem substituiu Henrique Gomes no Governo, saída que motivou a tal celebração com champanhe… O que se compreende, pois Artur Trindade vem da ERSE, a tal entidade das subidas da electricidade, conforme certamente se confirmará amanhã

O problema é que não foram apenas os 5 minutos que ouvi. Foi quase toda a entrevista! O petróleo desce muito em termos internacionais, mas pouco em Portugal. E quase dá a ideia que é porque há um preço de referência, sem qualquer utilidade! Na electricidade, está tudo a correr às mil maravilhas, mesmo que metade dos portugueses (como eu) se esteja a baldar para a liberalização, e ainda bem! Mas, a melhor parte da entrevista é o entrevistador a dizer: “não respondeu“.

Percebe-se perfeitamente que o governante não goste de expressões como “margens excessivas”, “rendas excessivas”, e coisas similares. O problema é perceber-se que ele não gosta de acabar com elas! O confrangedor é estar rendido à evidência de que, neste sector da energia, quem manda não está no Governo….

Fracking: o debate


Queremos que participem comigo e com o A.Sousa no que pode ser ou não uma solução para o problema da energia fóssil para a todos nós. Portugal tem um problema de recursos fosseis, isso nem está a discussão. A possibilidade de obter no nosso próprio combustível fóssil no nosso próprio território seria melhor que haver petróleo no Beato.

Já não seria a primeira vez que se faria uma relação entre as coisas que são boas na sociedade, como seja o emprego e a natalidade, e o consumo de energia. Aqui queremos apenas que pensem como poderíamos ter acesso ao nosso próprio combustível fóssil e com isso fazer um manguito aos países que nos têm estrangulado durante estes anos todos após o 25 de abril com as birras, invasões e cartéis do petróleo.

Por outro lado, a ameaça de um sapateiro feito geólogo lixar os recursos naturais de todos em torno dos buracos que alguém faça no chão, fazendo ruir o chão por baixo da nossa casa ou soltando gases que não previu, é uma ameaça constante. Mexer nos solos, fraturando a rocha por baixo do terreno onde pisamos parece algo arriscado de fazer sem as devidas cautelas.

A discussão já envolveu artistas de Hollywood, políticos e populações, mas parece não ter fim. Chegou a altura de conhecermos os dois argumentos de cada lado da barricada para que quando tivermos de decidir o possamos fazer, não de acordo com o que nos queiram impingir, mas de posse da informação que entendermos ter sido justamente apresentada.

Os vídeos abaixo apresentam os argumentos contra e a favor da técnica e podem servir de base a um debate mais informado. Vale a pena verem ambos os filmes para perceberem as discussões que possam vir a assistir no futuro, mas atenção: o que não falta por aí é desinformação de ambos os lados.

Cada um dos lados irá fazer desfilar uma palete de especialistas. Estes especialistas irão desde jornalistas, a professores universitários. Até há todo um conjunto de TEDx com apresentações sobre fracking, mas não encontrei nenhum TED oficial. Os TEDx, para quem não sabe, são organizados por pessoas que não têm qualquer ligação ao TED. Deixem-me repetir: Os TEDx são organizados por pessoas que não têm qualquer ligação ao TED.

A discussão será sobre quem têm a energia mais limpa. Asseguro-vos que, mesmo que conseguíssemos juntar todos os dados necessários para avaliar qual das duas é a mais limpa, os meios à disposição de cada uma das partes seriam esgotados para negar os dados negativos que a outra apresentasse sobre a outra. E mesmo que no fim conseguíssemos juntar apenas alguns factos possíveis de usar num cálculo de custo versus benefício, a discussão passaria para os termos de comparação.

No fim irá sempre ser sobre o dinheiro. De um lado as pessoas que sem terem tido acesso ao contrato de exploração do combustível irão dizer que foi a prospeção que danificou os recursos naturais à sua volta, mas à espera que lhes paguem direitos de passagem para aquedutos de substituição da água. Do outro os que de repente, apenas porque têm um terreno em cima de um destes filões de combustível fóssil irão passar de desenrascados a novos ricos apenas por permitirem que, muitos kilometros por baixo da sua propriedade, se possa fazer a prospeção por processos hidráulicos. De um lado os que irão dar opções mais limpas como a energia eólica e solar, e os que irão propor usinas nucleares como a solução mais limpa.

De um lado temos as pessoas que vão dizer que o Fracking irá permitir obter gás natural e talvez mesmo petróleo onde antes haveria apenas rochas.

Do outro lado temos os que dizem que isso será o fim de tudo em torno do poço.

104ª fratura: o do fracking que solta gases

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana falámos da extração de gás natural e petróleo através de pressão hidráulica nos subsolos, conhecido por fracking. O problema da falta de energia no próprio país e de como este debate interessa a Portugal como possível forma de resolver esta nossa deficiência estrutural.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do Poupar melhor está também no iTunes

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Gás natural vai subir ou descer???

Tinha anotado há dias que tinha que falar sobre o aumento do preço do gás natural, que a ERSE prevê que seja de 2.4% já em Julho. Lendo com atenção o comunicado da ERSE sobre o assunto, verifica-se que o principal factor que pressiona as subidas é o seguinte:

  • Assim, a variação tarifária constante da presente proposta é principalmente explicada pela evolução dos custos com os acessos às infraestruturas reguladas. Observa-se, atualmente, um desencontro entre o grau de utilização das infraestruturas de alta pressão e de distribuição de gás natural e a entrada em exploração dos investimentos nestas infraestruturas que tem contribuído fortemente para o incremento do peso dos custos com os acessos às infraestruturas nas tarifas.

Traduzindo por miúdos, o consumo de gás natural tem vindo a decrescer. Já o ano passado tínhamos confirmado que a culpa era das renováveis, e a situação piorou ainda mais este ano. Ou seja, as centrais de ciclo combinado não consomem, pelo que tem que ser os outros, nomeadamente os consumidores e a indústria a arcar com o preço das rendas da infraestrutura…

Este fim de semana, o Álvaro Ferro alertou-me para as guinadas do Ministro do Ambiente, Moreira da Silva, neste domínio. Ele diz que não tem nada a ver com as eleições, mas não há dúvidas que não é assim. E não é para já, é só para daqui a 3 ou 4 anos, ie. quando ele já lá não estiver?

Se Moreira da Silva quisesse mesmo descer os preços do gás natural, e da electricidade, o que ele tinha que começar por fazer era cortar os subsídios excessivos às renováveis. Mas, todo o percurso anterior de Moreira da Silva aponta exactamente no sentido contrário! A visão dele é taxar as emissões de dióxido de carbono e é para ficar preocupado, porque todos nós produzimos esse gás… Aplica contribuições especiais, e espera que as empresas não reflictam esses custos nos clientes? Numa iniciativa que lidera, a Plataforma para o Crescimento Sustentável, defende neste documentoo aumento da tributação ambiental, seja sobre o gás e eletricidade“…  Este é um Ministro que dizia há dois meses que a electricidade não podia descer até 2020, mas que a semana passada já andava a distribuir descontos eleitoralistas!

De uma coisa podem estar certos: enquanto este Ministro estiver lá, nada de bom virá nos preços da energia, seja de gás natural ou electricidade!