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Poupança à venezuelana

Imagem do DN de hoje

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Por cá, ficamos chateados quando os governantes acham que têm o direito a dizer-nos como devemos poupar. Noutros países, será algo semelhante. Mas, nada como na Venezuela… Já sabia de umas histórias tristes sobre a Venezuela, mas este artigo da Wired somou mais algumas…

Muitas das histórias mais recentes estão obviamente relacionadas com a descida do preço do petróleo. Mas, num país com as maiores reservas mundiais, essa explicação só explica a falta de previdência anterior…

Na Páscoa, o Presidente Maduro decretou três dias feriados. Para poupar electricidade e água. Como as poupanças não foram muito grandes, as sextas-feiras passaram a ser feriados. Como isso também não resolveu o problema, esta semana foi decretado que os funcionários públicos passam a ter um fim de semana de 5 dias, trabalhando os restantes dois.

As técnicas de poupança avançadas por Maduro são realmente geniais! As mulheres devem evitar utilizar os secadores de cabelo. Melhor, para Maduro “uma mulher fica mais bonita quando ela penteia o cabelo com os dedos e, em seguida, deixa o cabelo secar naturalmente“. E, já agora, nada de secar roupa e passar a ferro

Enquanto no resto do Mundo se questiona da validade da mudança da hora, a Venezuela vai mudar no próximo fim de semana os ponteiros em 30 minutos. Para quem tem Linux, é fácil!

Como os centros comerciais lá do síto também se portaram mal, vão receber um castigo: racionamento de electricidade! Mas, porque é que se portaram mal? Porque não têm instalados geradores de electricidade a partir de combustíveis fósseis! Aposto, que se um ambientalista radical lê esta, lhe ocorre um curto-circuito mental!

Uma das últimas técnicas de poupança é a do racionamento global de electricidade. Para já, a electricidade vai ser desligada 4 horas por dia em 10 dos estados mais populosos. Durante 40 dias. As horas de suspensão estão a ser publicadas em jornais e nos sites ministeriais. E os hábitos das pessoas regressam várias décadas para trás.

O pior está todavia ainda para vir. Quando se acabar a cerveja, não sei não. Passa-se a beber apenas em ocasiões especiais, tipo aniversários e batizados, sim porque em feriados não pode ser, até porque são cada vez mais!

Curioso, é que tudo isto, para o Governo da Venezuela, é culpa do El Niño. O problema é que este ano é apenas uma reedição ainda mais negra do ocorrido em 2010. Na verdade, não é apenas a falta de água na barragem de Guri, mas a extrema má gestão do sistema eléctrico. Até porque a energia hidroeléctrica representa apenas dois terços do total de energia eléctrica produzida, sendo que a restante, produzida a partir de combustíveis fósseis, sofre também de problemas avassaladores… Como é o exemplo de Planta Centro, a maior central termoeléctrica do seu tipo na América Central e da América do Sul. A qual não produz electricidade há vários meses

Os alertas do tempo

Ainda na sequência do artigo sobre o tempo publicado ante-ontem, não resisto a republicar aqui um artigo que li na semana passada no Correio da Manhã. Descreve perfeitamente o que sinto, especialmente quando alguém fala em possibilidade de mau tempo em Lisboa. Quando chove, é sempre uma pequena amostra do que chove a Norte, mas cá descrevem essas situações quase sempre como o fim do Mundo. E eu farto-me de rir… Enfim, o mensageiro não é dos meus preferidos, mas aqui o que interessa é mesmo a mensagem:

A evolução do Mundo tem trazido de facto muitas novidades. Umas mais fascinantes, outras mais delirantes. Entre ambas, está a evolução na comunicação das previsões meteorológicas. De repente, desde há uns anos, passámos a ter quase todos os dias alertas. Amarelos, laranjas, ou, graças a Deus, mais raramente, encarnados.

Uma primeira nota serve para sublinhar que estamos a falar de temas muito sérios, porque, naturalmente, o clima, a meteorologia, o tempo que faz no dia a dia é essencial para a nossa vida. Ora, como é evidente, as comunicações em torno das realidades muito sérias devem merecer todo o cuidado.

Mas o que se tem constatado nos últimos anos? De vez em quando há alertas que o devem ser porque se justificam. Quando estamos perante condições meteorológicas particularmente adversas, com risco para a integridade física das pessoas, aí justifica-se que se use a palavra alerta.

Agora, quando a realidade meteorológica é algo mais ou menos comum, dentro de um tempo normal de chuva ou frio e até de vento, e é feito um alerta amarelo, sinceramente, penso que se entra muitas vezes no campo do exagero. É que a palavra alerta em si mesma indicia alguma perigosidade e queda de aguaceiros que não sejam fortes ou vento de 30 ou 40 km por hora, não penso que justifiquem qualquer tipo de alerta.

Para além do exagero na utilização da palavra alerta, existe outra questão a que temos assistido nos últimos tempos e que, provavelmente, se prenderá com as alterações climáticas. Ainda nas semanas mais recentes se pôde observar que eram feitas previsões de mau tempo, vento forte, trovada, granizo, mas depois, durante o dia, em várias regiões onde se esperavam essas condições adversas, havia céu azul.

Tenho amigos que vivem do turismo, um deles do turismo equestre, e que ficam destroçados e revoltados com essas previsões, que lhes afastam a clientela e prejudicam o negócio. E, hoje em dia, chegam a publicar fotografias no Facebook com legendas a dizer chuva, vento forte ou trovada e com uma imagem de céu azul e tempo calmo.

É que, para além das questões económicas de quem é prejudicado, há também o sossego na cabeça das pessoas. As pessoas só têm más notícias quando ligam as televisões, depois ouvem as previsões meteorológicas e quase sempre há alertas de cor variável. Se houver razões para alertar para tempo perigoso, sim senhor, isso deve ser feito, mas o que se espera de serviços como estes é que tenham contenção, não queiram estar sempre a falar com o público e que sejam moderados.

Compreendemos que com as alterações climáticas seja mais difícil acertar, mas não de um dia para o outro, ou, às vezes, no próprio dia. Posso estar a ser injusto, mas é isso que eu e muitas pessoas com quem falo sentimos nesta nova realidade dos alertas. Isto hoje em dia é muito sensível falar seja do que for ou fazer seja o que for, mas que diabo, ao fim e ao cabo, vivemos em democracia, temos direito a dizer o que pensamos e sentimos.

Que tempo é este?

O tempo que faz por estas últimas semanas tem deixado muitos Portugueses surpreendidos. Não é normal que a Primavera tenha chegado há quase um mês, e que ainda não tenhamos dado por ela.

Para perceber se isto era efectivamente normal ou não, procurei na Internet algumas respostas. E a resposta formal veio do IPMA, no seu Boletim Climatológico de Março.

Resumindo, o mês de Março de 2016 foi o mais frio dos últimos 31 anos! Foi naturalmente classificado como um mês muito frio, com uma temperatura média inferior em 1.43 ºC ao valor normal. Curiosamente, em termos de precipitação foi apenas ligeiramente superior ao normal, mas esta realidade esconde uma coisa muito importante: é que a precipitação a norte foi muito superior ao normal, enquanto a Sul foi bastante inferior.

Pela forma como Abril decorre, parece que vamos continuar pelo menos mais uns dias a experimentar o tempo dos nossos avós. Mas pelas previsões, pelo menos para Lisboa, parece que o Sol voltará em força no final desta semana…

Previsões de neve

Quando este artigo sair, na manhã de Sábado, provavelmente muitos locais deste País estarão branquinhos. É um cenário pouco habitual, apesar de bastante badalado nos últimos dias na Comunicação Social.

Acontece que o nosso IPMA não está virado para as previsões de neve, pelo que se quisermos procurar onde vai nevar, temos que rumar a outras paragens web. Ontem, quando elaborei este artigo, fui à procura de alguns locais onde pudesse descobrir essa informação.

Um bom local para começar é o site que utilizo diariamente para ver o tempo. O mapa no site do meteo tecnico apresenta uma opção para ver a queda de neve. Ontem, quando elaborei o artigo, as perspectivas de queda de neve neste Sábado eram reduzidas, e limitadas aos pontos mais altos do País.

O site tiempo.com tem uma página onde podemos ver as previsões de neve para o curto prazo. O site Meteociel.fr tem uma página ainda melhor,  com muitas previsões para a península ibérica, nomeadamente para a queda de neve.

meteociel

Previsão do site Meteociel

O site snow-forecast.com tem também uma página dedicada à península ibérica. O site tem previsões de neve para todo o Mundo. As previsões para este Sábado também não exibem tanta neve como se julgava, mas ainda assim é visível:

Previsão de snow-forecast.com

Previsão de snow-forecast.com

Previsões baseadas em radar

As previsões meteorológicas são algo entusiasmante! Uma das minhas últimas descobertas foi a descoberta da página do IPMA que tem as imagens de radar.

Para além das previsões que utilizo deste site do IST, agora quando quero saber quando vai mesmo começar (ou parar) a chover, dou uma vista de olhos no radar, e tento perceber quando isso vai acontecer.

Como podem ver pelo vídeo imagem, que recriei com base num conjunto de imagens, não é difícil calcular quando os primeiros chuviscos vão chegar. É claro que utilizei as imagens dum dia em que isso se observa perfeitamente, porque noutros não é assim tão simples. É um processo de aprendizagem, mas é giro:

Clima nos últimos 18000 anos

No passado Domingo recebi um email do Le Monde diplomatique. Nele se referenciava a cimeira do Clima, que presentemente decorre em Paris. O que mais me chamou a atenção foi o gráfico enviado, reproduzido abaixo. O texto inicial também, que referia que “o planeta Terra já conheceu climas mais quentes ou muito mais frios, um nível dos mares mais elevado ou bastante mais baixo“. Voltei a olhar para o gráfico, mas como podem ver, a qualidade não era das melhores (mesmo depois de clicar/ampliar):

Gráfico do Le Monde diplomatique

Gráfico do Le Monde diplomatique

Depois de alguma pesquisa, dei com um artigo bastante recente, e que analisa os últimos 18 000 anos em termos climáticos. O artigo tem um infográfico muito interessante, que junta vários dados científicos, com um timeline da História recente da Humanidade, dos últimos milénios. O infográfico é visível abaixo, mas ao contrário do gráfico do Le Monde Diplomatique, existe uma versão de alta resolução em PDF. Ainda assim, parece que o gráfico utilizado pelo Le Monde Diplomatique é o do canto superior esquerdo abaixo, ainda que com o eixo invertido:

Clima nos últimos 18000 anos

Clima nos últimos 18000 anos

Apreendi muito com este artigo e infográfico. Como o clima quente trouxe abundância e progresso civilizacional, e como o clima frio trouxe fome e guerra. Por isso, eu cá por mim gosto muito é do Aquecimento Global!