Municípios onde o ordenado de “Profissionais altamente qualificados” é maior

Hoje de manhã, no feed do LinkedIn, foi-me apresentado um artigo que revelava que a Fundação Francisco Manuel dos Santos havia revelado há três semanas quais os Municípios do País onde o ordenado médio mensal é maior, ou era maior em 2021. Em primeiro lugar, Castro Verde (a explicação estará na Somincor) e em terceiro lugar Oeiras, o que também se percebe. Mas, Alcochete em segundo?

Porquê Alcochete? Era um bom desafio perceber porquê? Primeiro pensei que pudesse ser derivado da Câmara Municipal, que realmente emprega quase 10% da população ativa do concelho. Mas não podia explicar, embora a população ativa do concelho fosse inferior a 10 000 pessoas.

Em conversa com o Álvaro, que conhece muito melhor Alcochete que eu, percebemos que haveria muito provavelmente um outlier que explicaria isso: jogadores de futebol. Mas como prová-lo?

Felizmente, há mais métricas que podem ser analisadas. E uma delas é a referente à dos ordenados médios dos “Profissionais altamente qualificados”, por concelho. Nesse sentido, a partir dos dados da Pordata de 2019, compilei a lista dos cinco municípios onde os “Profissionais altamente qualificados” mais ganham neste País, em média:

Não é preciso puxar muito pela cabeça para perceber porque é que afinal Alcochete é o segundo Município do País onde o ordenado médio mensal é maior. E já agora, no gráfico anterior, o Seixal também se percebe bem, embora como tenha uma população ativa bem maior, passa naturalmente despercebido a nível da média nacional.

Independemente de tudo o resto associado, há aqui uma conclusão importante: tem que se ter sempre em conta que a média é em termos estatísticos muito problemática. Já o havíamos referido aqui neste artigo, mas deixo aqui a imagem desse artigo novamente, porque me parece que exemplifica bem o que se passa em Alcochete:

Planeta dos Humanos

Foi-me recomendado dar uma vista de olhos ao novo filme produzido por Michael Moore. Chama-se “Planeta dos Humanos“, e é visível abaixo no Youtube. Segundo a entrada no Wikipedia, estará apenas disponível durante 30 dias.

Devo dizer que não gostava dos documentários que Michael Moore produziu anteriormente. Mas este é particularmente relevante, pela hipocrisia que evidencia de muita coisa que se passa em termos da Energia Verde.

O filme deve ser de digestão muito difícil para quem “acredita” que a Energia Verde é milagrosa. O documentário desmonta alguns dos argumentos em torno essencialmente da energia proveniente de biomassa, mas também de energia solar e eólica.

Na verdade, em Portugal não sei se a situação será muito diferente. Temos poucas centrais de biomassa, e não sei em que condições funcionarão. Mas, em termos de energia eólica, uma pesquisa rápida revela o que aí vem. E em termos de energia solar, ainda estamos numa fase inicial, pelo que teremos que verificar.

No que me toca, o importante é usar o mínimo de energia em primeiro lugar. É isso que temos tentado transmitir aqui no blog desde o seu início…

Vitamina D3 e Covid-19

Há muitas semanas que era para escrever este artigo, mas decidi que quando o fizesse teria que ter alguma informação mais substancial sobre a relação entre a Vitamina D3 e o Covid-19.

A minha relação com a Vitamina D3 começou há 10 anos atrás quando ouvi uma referência num podcast de segurança informática. Na primeira semana de março voltei a ouvir no mesmo podcast a referência a esse episódio de há 10 anos atrás. Desta vez tomei mais atenção, embora uma pesquisa no meu gmail tenha revelado que já há 10 anos havia “passado” a informação.

Na página de Steve Gibson podemos observar um resumo bastante extenso sobre esta vitamina, embora o possamos também encontrar em muitos locais da Internet, como no Wikipedia. Do meu ponto de vista, há alguns pontos mais importantes:

  • A vitamina D3 é de “borla” quando apanhamos Sol. Nem sequer é preciso estar muito tempo ao Sol para apanharmos uma boa dose.
  • A capacidade de sintetizar vitamina D3 decresce à medida que envelhecemos.
  • Há pouca investigação sobre esta vitamina, porque sendo de “borla”, tem recebido pouca atenção. Mesmo quando é comprada na forma de suplemento, o seu custo é irrisório (ou pelo menos devia ser…).

Mesmo com pouca atenção, os estudos que têm saído são bastante claros. Antes deste episódio de Covid-19, havia um estudo que claramente se destacava, por ser uma revisão sistemática de um conjunto bastante significativo de outros estudos. As suas conclusões não deixam grandes dúvidas:

  • Vitamin D supplementation was safe and it protected against acute respiratory tract infection overall. Patients who were very vitamin D deficient and those not receiving bolus doses experienced the most benefit.

Depois de ouvir o podcast e ter descoberto este estudo, não tive quaisquer dúvidas em recomendar a todos os meus conhecidos e amigos, que tomassem Vitamina D3. Eu próprio comprei duas caixinhas de Vitamina D3 que dariam para vários anos, não fosse o respetivo prazo. Mas dá para a família toda! E a quem não conseguisse, que tentassem apanhar Sol, muito Sol…

Ante-ontem foi com bastante agrado que descobri acidentalmente um estudo onde se parece confirmar esta ligação, agora também com a Covid-19. Note-se que o estudo é também baseado num reduzido número de casos, mas identifica claramente uma associação entre a insuficiência de Vitamina D e a gravidade do estado de Covid-19. O resultado que mais se destacou para mim foi a de que 100% dos pacientes do estudo admitidos à Unidade de Cuidados Intensivos com menos de 75 anos tinham deficiência de Vitamina D.

Entretanto, numa breve pesquisa, descobri que há várias outras fontes insuspeitas sobre a relação da Vitamina D3 na prevenção do Covid-19, e sobretudo de casos mais graves. A lista deverá ser mais extensa, mas estes foi os que descobri rapidamente:

Outra fonte que tenho como boa, e que tem sido a minha fonte principal sobre o coronavirus é o canal Medcram do Youtube. No vídeo abaixo e que também tive oportunidade de ver no início de março, é explicado de forma clara como a Vitamina D ajuda a fortalecer os nossos sistemas imunitários. Vale bem a pena ver este episódio, bem como muitos outros do mesmo canal:

Mortes por Distrito

No artigo de ontem referenciei o site https://evm.min-saude.pt/. Nesse mesmo site, para além do total de mortes , é possível detalhar os dados, nomeadamente em função dos distritos.

Na tabela abaixo, com a evolução do número de mortes em 2020 por distritos de Portugal continental, vemos como essa evolução foi relativamente consistente ao longo de março e abril, em quase todos os distritos. Realçaria alguns pontos que me parecem importantes.

  • Nos distritos com maior número de casos Covid, pelo menos mais mediatizados, como foram os casos de Porto e Aveiro, os valores registam uma notória subida, mas sem atingir os valores mais elevados do ano.
  • Em distritos em que o Covid-19 continua praticamente sem expressão, como é o caso de Portalegre (onde o único concelho que aparece no relatório da DGS é Elvas, e com apenas 4 casos), a tendência de subida de mortes foi semelhante à dos restantes distritos.
  • O distrito de Évora registou já em abril um número de mortes diários superiores aos de janeiro e fevereiro.
  • Há distritos que estão a regressar mais rapidamente a valores inferiores, como é notavelmente o caso de Leiria.
  • Há um distrito que parece ter passado mais incólume, embora se m registar a tendência de diminuição normal. O distrito em causa foi o de Setúbal.

Mortes em Portugal

Muito se fala nas últimas semanas em Portugal sobre o Covid-19, e sobre o seu impacto. Infelizmente, é tudo muito apaixonado, e muito pouco baseado em factos, e nomeadamente factos contextualizados.

A minha pergunta favorita para quem acha que esta situação merece um Estado de Emergência é a seguinte, e sugiro ao leitor que a tente responder, se não sabe: Quantas pessoas morrem por dia em Portugal?

O site https://evm.min-saude.pt/ é um site oficial do Ministério da Saúde, que faz a vigilância da mortalidade em Portugal, em tempo real. Tem uma série de dados que começa em 2009, e que portanto nos dá uma ideia clara de como evolui, diariamente, a mortalidade em Portugal.

O gráfico que eles tem na primeira página tem uma resolução diária, e um eixo dos yy que não deixa ver o gráfico com clareza. Por isso fui buscar os dados para uma folha de cálculo, calculei uma média móvel de 7 dias, e o resultado está no gráfico abaixo (cliquem para ampliar). Anoto a seguir alguns pontos importantes, alguns deles apontados também no gráfico:

  • A curva a preto é o número de mortes em Portugal em 2020.
  • A curva a azul é o número de mortes em Portugal em 2020, descontadas as mortes oficiais do Covid-19.
  • Os valores mínimos de mortes ocorreram nos dias 6 e 7 de março, com 284 mortes em cada um desses dias. O valor mínimo em termos de média móvel é alcançado no dia 8 de março.
  • As escolas fecharam no dia 13 de março e não voltaram a abrir.
  • A primeira morte oficial de Covid-19 foi registada a 16 de março.
  • O Estado de Emergência foi decretado a 18 de março.

Da análise do gráfico é também possível tirar algumas conclusões imediatas:

  • De uma forma geral morre-se muito menos em Portugal no Verão do que no Inverno. Este é um tema interessantíssimo, que tentaremos abordar em artigos posteriores.
  • Morreu-se este ano muito menos em fevereiro que o habitual.
  • Já se morreu muito mais por dia em Portugal. No dia 2017-01-02 morreram 578 pessoas em Portugal. No pico de Covid-19, morreram no dia 2020-04-07, 379 pessoas. Quase 200 pessoas menos num dia!
  • A subida registada a partir de dia 6 de março é uma evolução completamente atípica para o mês de março.

Relativamente ao último ponto, só vejo duas hipóteses para a subida verificada:

  • O número de mortes por Covid-19 é muito superior ao que vem referenciado nas estatísticas da DGS;
  • O número de mortes decorrente do confinamento social é superior ao número de mortes oficiais de Covid-19.

Há muita coisa que salta destes números. Mas, para já, vou apenas cingir-me aos dados…

Embrulhar matematicamente

Já houve ocasiões em que ao embrulhar um presente o papel ficou curto. Por isso, hoje verifiquei com surpresa que há um método de embrulho mais eficiente que o que uso: embrulhar na diagonal.

Todavia, os vídeos que vi eram todos a olho, e nenhum explicava muito bem como cortar o papel de forma mais ou menos ótima. Ainda tive que procurar um bom bocado na net, mas curiosamente a melhor explicação que encontrei é a de uma portuguesa, Sara Santos.

Encontrei as fórmulas neste link, mas uma explicação num vídeo da BBC, com a própria Sara Santos, a partir do minuto 2:40 do vídeo abaixo. Não sei ainda quanto é a poupança sobre o método tradicional, mas também não deve ser difícil de calcular…