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Dados e Estatísticas de Cursos Superiores

Numa época do ano em que muitos alunos do último ano do secundário estão a realizar a época de exames, descobri um site muito interessante com dados e estatísticas de cursos superiores. Creio ser uma ferramenta absolutamente indispensável a quem se candidata ao ensino superior.

Uma parte do site apresenta estatísticas nacionais, tendo descoberto que a percentagem de concorrentes que entra na primeira opção continua a ser inferior a metade, neste caso de 40%. No Ensino Superior, continuam a ser mais as mulheres que os homens, e já com uma percentagem interessante de estrangeiros (7%).

Noutra parte do site, é possível constatar dados e estatísticas dos cursos. Saber se os alunos se mantêm nele depois do primeiro ano. E com que notas saem do curso. Mas mais importante é saber se os alunos que saem do curso estão ou não empregados!

Com estes dados é ainda possível fazer um tratamento adicional. Como este artigo no Diário de Notícias, ou este no Observador. Onde se confirma que Medicina e Enfermagem continuam a ter muita saída. Nos cursos com mais desempregados, o recordista é o curso de Arquitectura da Escola Superior Artística do Porto, com quase 40% de desempregados…

Batota académica

Quando ainda estão frescas as notícias que envolveram uma investigadora Portuguesa em contornos no mínimo duvidosos, conforme referenciamos neste artigo, dei por mim a tropeçar numa página intitulada Guia da Desonestidade Académica.

A página tem uma oprientação que me parece positiva, e que consiste “em ajudar o formador / professor a prevenir e evitar este tipo de comportamentos anti-pedagógicos“.

Parece-me bem, até porque é preciso compreender e minimizar o fenómeno. Neste artigo introdutório, que me atrevo aqui a copiar abaixo, enquadram-se os mais importantes tipos de desonestidades académicas:

  • Plágio: A cópia ou repodução de conteúdos produzidos por outros autores sem o seu prévio consentimento e com o objectivo de assumir a paternidade dos mesmos.
  • Falsificação: Consiste em falsificar dados, informações ou citações durante a elaboração de trabalhos académicos.
  • Mentira: Fornecer informações falsas ao tutor com o objectivo de o enganar, p.ex. inventar uma descupla para cumprir um dado prazo na entrega de um trabalho.
  • Cabular: Copiar respostas de terceiros  – com ou sem o consentimento dos mesmos – ou de apontamentos, vulgo “cábulas” durante a realização de testes ou exames.
  • Suborno: Obter através de serviços pagos – de colegas ou através de sites especializados neste tipo de actividade – ajuda e respostas para a elaboração de testes ou exercícios.
  • Sabotagem: Sabotar o trabalho de terceiros na tentativa de evitar que terceiros completem o seu trabalho com sucesso. Estas práticas ocorrem em contextos de elevada competetividade académica.
  • Condutas Profissionais Impróprias: fraudes que visam envolver profissionais do meio académico com o objectivo de facilitar a progressão académica, p.ex. comprar notas, pagar para obter antecipadamente cópias dos testes, etc.

Outra página menciona estudos sobre o plágio académico, com muitas estatísticas muito interessantes. Outra página muito interessante evidencia as técnicas de como cabular. Uma outra página explica como prevenir a fraude académica. É um conjunto de páginas que vale a pena ler com atenção, para compreender este fenómeno, que será cada vez maior, na minha opinicão.

Licenciados a mais?

Esta pergunta é normalmente muito confusa, para muita gente! Sempre que surge a questão, a grande maioria insurge-se contra ela, começa a disparar em todas as direcções, e depois acalmam quando confrontados com a realidade.

Porque querem todos ser licenciados? Porque, infelizmente, sobretudo em países como o nosso, não é normalmente a meritocracia que conta, mas sim o canudo. E há a perceção que quem mais títulos académicos tem, mais ganha. E, para quem pensa assim, é uma afronta pensar que o licenciado tem que fazer outro trabalho qualquer…

Vem este artigo a propósito de mais uma análise internacional sobre o tema. Saiu uma referência no Slashdot no início desta semana, a apontar para um estudo das Estatísticas Canadianas (INE de lá) a apontar para uma sobrequalificação dos licenciados Canadianos recentes. Aí se evidencia que 40% dos licenciados com idades entre os 25 e 34 anos tinham qualificações a mais para o trabalho que desenvolviam. A maioria dos licenciados com qualificações a mais eram das Humanidades, Ciências Sociais, Direito e Gestão.

Atrevo-me a dizer que o problema não é um exclusivo obviamente do Canadá. Há muitos a considerar que há uma bolha na Educação. Segundo um artigo do Wall Street Journal, mais de 15% dos taxistas Americanos têm uma licenciatura, contra 1% de há quatro décadas atrás. O problema nos Estados Unidos, e também noutros países, está fortemente relacionado com os custos/empréstimos do Ensino Superior. Mas, por cá, o problema é semelhante, e quando alguém alerta para o problema, não faltam entrincheirados prontos a responder

É claro que este provincialismo e apego ao canudo se vai pagar no futuro. As empresas estão mais viradas para resolver problemas concretos, e aspiram a quem resolva problemas, e não a quem tem simplesmente um canudo. Se tiverem um canudo e forem bons a resolver problemas, terão saída; os outros, não.

Se chegou aqui e está indignado com o que escrevo, é possível ter uma visão sobre o que aí vem. O Google, por exemplo, contrata cada vez mais pessoas que nunca foram para uma Universidade. Isto depois de no passado ter feito perguntas demasiado inteligentes aos candidatos… Há profissões que permitem ganhar muito dinheiro sem licenciatura… Para isso, há que nos aplicarmos!

Cientista bate com a porta

É só mais um, que se soma a uma autêntica bola de neve, já em movimento. Desde há muito tempo que deixei de acreditar na Ciência peer-reviewed. Essa minha percepção tem sido cada vez mais reforçada com o conjunto de situações indescritíveis que por aí pululam…

A percepção de quem está por dentro do sistema é ainda pior. Há mesmo quem considere que metade da Ciência é falsa, e quem o diz não é um peão do sistema…

O mês passado, Jean-François Gariépy, professor da Universidade de Duke, comunicou que se tinha demitido da sua Universidade, uma Universidade de topo dos Estados Unidos, e uma das que tem mais investigadores de maior citação do ISI.

Gariépy não faz parte dessa lista, mas ainda assim o que diz é extremamente bombástico. Basta atentar em algumas das suas frases, para perceber como a Ciência anda mesmo mal:

  • Throughout the years, I have been discovering more and more of the inner workings of academia and how modern scientific research is done and I have acquired a certain degree of discouragement in face of what appears to be an abandonment by my research community of the search for knowledge.
  • By creating a highly-competitive environment that relies on the selection of researchers based on their “scientific productivity,” as it is referred to, we have populated the scientific community with what I like to call “chickens with no head,” that is, researchers who can produce multiple scientific articles per year, none of which with any particularly important impact on our understanding of the world.
  • a high number of scientific articles are published with fraudulent data, due to the pressures of the “publish or perish” system, making it impossible to know if a recent discovery is true or not.
  • My most important scientific articles were accepted in major journals because the editors had a favorable prejudice toward me or my co-authors; because I was making sure that I had a discussion with them before I submitted; or because the reviewers they chose happened to be close colleagues.
  • However, the end result is the same, no matter what the intention is: a corrupt system where favoritism is the norm.

Explicações de matemática

A matemática é uma das disciplinas que tradicionalmente mais dificuldades levanta, ao longo dos vários graus de ensino. Nalguns casos, os alunos têm acesso a explicações, que facilitam a aprendizagem dessa matéria. Todavia, nestes tempos de crise, são muitas as famílias que não têm recursos financeiros para suportar o custo de explicações de Matemática, para si ou para os seus filhos.

Foi por isso com muito agrado que descobri o site Explicações de Matemática Online, onde o leitor pode encontrar explicações de Matemática gratuitas, entre o 9º e 12º ano de escolaridade.  A equipa do projecto explica que estão envolvidos “profissionais do ensino da Matemática a trabalhar exclusivamente neste projecto”, oferecendo “aulas teórica com explicação detalhada da matéria e uma forte componente prática”. Têm também Exames Nacionais e Testes Intermédios resolvidos, mas o que mais me surpreendeu neste projecto foi a utilização de vídeos para ajudar nas explicações. A consulta do canal do Youtube revela uma impressionante quantidade de vídeos, a superar neste momento a fasquia dos 1300 vídeos!

Pessoalmente, vi apenas dois vídeos, um dos quais abaixo, e fiquei muito impressionado! É um trabalho fenomenal, e um autêntico serviço público. Eles também têm um serviço de explicações personalizado, e se sentirem que vos foi ou é útil, não deixem de contribuir para o projecto.