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Multitasking e esforço cerebral

Já não falava aqui há algum tempo sobre multitasking. Para mim, o segredo é paralelizar diversas tarefas ao longo do tempo, sem cair no perigo da procrastinação.

A leitura de um artigo que associa o multitasking ao cansaço não me surpreendeu. O esforço cerebral aumenta naturalmente com o multitasking, e portanto não nos devemos admirar que isso drene as nossas reservas. O artigo refere quão dependente às vezes estamos da cafeína, e no meu caso tento evitar esse consumo.

O artigo refere como o multitasking consome glucose oxigenada do cérebro, e como isso pode contribuir para um sentimento de exaustão. Tal como muitos processadores, o nosso cérebro não é muito bom a fazer várias coisas ao mesmo tempo, pelo que tem que rapidamente comutar entre as eventuais tarefas a que nos estamos a dedicar…

Os autores chamam a atenção para o efeito cafeína, e como isso não resolve todos os problemas. Pode ser bom para pôr o nosso cérebro em overclock, mas na verdade o que ele precisa de vez em quando é de uma boa pausa! E essa pausa não é sinónimo de vaguear pelo Facebook, pois isso continua a exigir um grande (ou enorme) processamento cerebral.

Os autores não defendem o multitasking. Em vez disso, defendem que devemos dedicar diferentes períodos de tempo para cada uma das actividades separadas. Mas, na prática, os seus conselhos são difíceis de aplicar, sobretudo num contexto profissional, quando defendem por exemplo que só devemos ver o email ao início da manhã, e só depois ao meio-dia…

Dados históricos de uma pessoa

Eu guardo muitas séries estatísticas, mas muitas delas perdem-se com o tempo. Estou por exemplo a registar o peso ao longo dos últimos tempos, mas como aquilo é escrita numa folha de papel, a digitalização não ocorre com frequência.

Quando esta semana recebi um link de um amigo para os dados de Shannon Conners, fiquei um pouco de boca aberta! Shannon Conners tem registos desde que nasceu, há cerca de 40 anos:

Evolução do peso de Shannon Connors

Evolução do peso de Shannon Connors

Um zoom por altura da segunda gravidez revela um manancial de dados absolutamente extraordinário:

Peso depois da gravidez

Peso depois da segunda gravidez

Podem acompanhar o blog dela, embora pareça ter deixado de ser actualizado. Um vídeo de uma conferência dela é igualmente inspirador:

Pior, mais rápido, logo mais caro?

A novela da Segunda Circular não parece ter fim. Mas os desenvolvimentos do dia de ontem não auguram nada de bom para os Munícipes, pessoas que aí trabalham como eu, e visitantes de uma forma geral. Aliás, já era previsível, mas a coisa vai ficar ainda mais preta!

Se há coisa que eu e o Álvaro gostamos é de dar ênfase a uma boa gestão de projecto. E quando se fala de gestão de projectos, há sempre um triângulo que me vem à mente:

Pode apenas escolher dois... (adaptado daqui)

Pode apenas escolher dois… (adaptado daqui)

Este triângulo diz-nos que destas três qualidades, apenas há intersecção entre duas delas. Aplicando à Segunda Circular, poderíamos ter as seguintes combinações:

  • Fazer depressa a obra e com qualidade, mas não vai ficar barato…
  • Fazer depressa a obra e barata, mas não vai ser de qualidade!
  • Fazer uma obra com qualidade e barata, mas vai levar tempo.

Estas constatações tem várias abordagens mais tradicionais. Ocorre-se-me o ditado de que “depressa e bem, há pouco quem”. Como é que isto se traduz na Segunda Circular?

Enfim, o que todos gostaríamos é de uma obra bem feita, com qualidade, barata e rápida! Bem feita, com qualidade, esqueçam, como está demasiado claro para todos. E o pouco que tinha de bom foi retirado. Barata, esqueçam ainda mais, como fica evidente por estes dias…

Bem, rápida lá será, mas em vez de servir para nada, provavelmente só vai servir para nos infernizar a vida, durante e depois da obra feita! Mas, se voltarem a olhar para o triângulo acima, onde ficamos???

Passwords pagas?

Mira Modi pronta a lançar dados...

Mira Modi pronta a lançar dados…

Ele há cada uma!!! A rapariguinha ao lado, que dá pelo nome Mira Modi, lembrou-se de criar um serviço de geração de passwords seguras?! Cada password custa a módica quantia de dois dólares (quase 2 euros), sendo que as passwords são geradas manualmente pela Mira e enviadas por correio!

Francamente, há ideias mais estúpidas, mas esta não fica muito atrás! Para começar, as passwords geradas por ela, como é referido no site dela, tem por base o método Diceware, que exige várias palavras para tornar a password verdadeiramente segura. Pagar quase dois euros por qualquer coisa que pode você fazer num ápice, não é realmente inteligente…

A Mira, filha de Julia Angwin, admitiu há dias que já vendeu cerca de 30 passwords. O jornalista do artigo comprou-lhe duas. Por esta via, Mira já sabe as passwords de algumas pessoas! É que a regra número um de uma password deve ser a de que ela não seja de conhecimento de outros, e neste aspecto Mira infringe claramente as regras!

Se querem boas passwords, arrajem um dos centenas de programas que por aí há. Se quiserem passwords Diceware, podem ver aqui ou ali. Ou simplesmente inventem uma, como já aqui sugerimos há mais de três anos

Fogos Florestais no site da Protecção Civil

A combinação de tempo quente, com um ano de seca, tem dado origem a uma quantidade significativa de fogos florestais. Felizmente, o dia hoje promete estar bem mais fresco, o que significa um aliviar da pressão sobre os bombeiros. E assim parece que vai continuar nos pŕoximos dias…

Neste aspecto, o site da Protecção Civil é um excelente exemplo de como divulgar informação na Internet. Na sua página da Situação Operacional, é possível consultar o que se está a passar, bem como o histórico do passado. É também possível encontrar um conjunto de estatísticas, que confirmam a loucura que é a história dos fogos florestais em Portugal…

A consulta destes dados devia dar igualmente muito que pensar aos políticos! Os fogos destroem um pouco de todos nós, aumentam muito significativamente as emissões de dióxido de carbono, e causam de vez em quando pequenas grandes catástrofes!  Se há um site excelente e um enfoque enorme no combate aos fogos, porque não existe um enfoque semelhante na sua prevenção?

Há muitas ideias por aí, e não sei se todas farão sentido. Há as cabras. As centrais de biomassa que penso nunca chegaram a arrancar. Ou então, a tradição do fogo controlado no Inverno, que parece que quase desapareceu. Tudo soluções que me parecem mais económicas e simples…

Trabalho na Alemanha

Há uns dias, li mais um daqueles artigos de jornal a comparar o trabalho em Portugal e na Alemanha. O título da notícia é sugestivo, a referenciar que em Portugal trabalha-se mais 486 horas por ano que na Alemanha. Segundo a notícia, a Alemanha é o país da União Europeia onde se trabalha menos horas, com uma média de 1371 horas, enquanto em Portugal se efectuam 1857 horas.

Depois de ler este pedaço, e provavelmente em função de interiorizações anteriores, já terá definido uma posição. Eu também a tinha, mas sou uma pessoa aberta. Por isso, continuei a ler o artigo, pois parece que há algo que não bate certo, pois eles são mais ricos que nós…

A primeira dica que explica este fenómeno tem a ver com a produtividade. Na Alemanha é de 126.6 (o artigo não diz que unidades) enquanto Portugal se fica pela metade, com 65.3. Depois, o artigo explica que o trabalho em tempo parcial tem um impacto importante na média. Em Portugal, essa boa prática é bastante diminuta, (11%), enquanto na Alemanha é encorajada (22.3%).

Uma pequena pesquisa na Internet dá-nos mais pistas. Neste estudo cultural do Knote, passamos a entender porque os Alemães trabalham menos horas, mas produzem mais. No trabalho, mantêm-se focados e diligentes. A comunicação directa é incentivada. Todavia, enquanto trabalho é trabalho, fora do horário de trabalho não se discute trabalho.

É claro que isto das análises e estatísticas pode ser manipulado. O próprio site do Knote dá um exemplo em como até os Franceses parecem ser mais produtivos que os Alemães. É claro que podemos continuar com argumentos, prós e contras…  Mas interessante é experimentar essa realidade distinta da nossa. Deixo-vos um vídeo produzido pela BBC, para entender esse mesmo fenómeno. É que eles olham para os Alemães como nós… Vale a pena vê-lo todo: