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Até quando armazenar combustível?

Eu não armazeno combustível, mas esta era uma dúvida que tinha: durante quanto tempo posso armazenar combustível, isto é, gasóleo e gasolina?

Armazenar combustível não faz muito sentido como método de poupança. A menos que se tenha a capacidade de prever a evolução futura, é quase como que um jogo na Bolsa. Faz mais sentido em actividades industriais e produtivas, mas normalmente o armazenamento é também de curta duração.

Onde encontrei mais informação sobre este tema foi na comunidade de preppers. Para esses, armazenar combustível é uma necessidade no contexto, por exemplo, de poder ser necessário para a utilização em geradores eléctricos. Foi aí que cheguei a este documento mais genérico, e a este mais específico sobre gasóleo, ambos elaborados pela BP.

Em primeiro lugar, os documentos alertam sobre um facto óbvio. Armazenar combustível é perigoso! Quando é feito, deve ser feito atendendo a um conjunto de regras de segurança.

No caso da gasolina, se deixada num recipiente aberto, ao longo do tempo evapora. Mesmo fechada, começa a evaporar e expande-se notavelmente, ao ponto de requerer a utilização de recipientes específicos. À medida que evapora, as características da gasolina líquida vão-se alterando. Segundo o documento da BP, pode-se armazenar gasolina durante seis meses quando a temperatura de armazenamento é de 20ºC, mas de apenas três meses quando armazenada a 30ºC.

O gasóleo não é um combustível volátil, pelo que não se evapora como a gasolina. O principal problema com o armazenamento de gasóleo reside na formação de sedimentos, os quais podem bloquear os filtros. Tal está associado ao escurecimento que se verifica quando é armazenado. Normalmente, quando armazenado em recipientes fechados, a 20ºC, pode ser utilizado até um ano, mas pode durar ainda mais. A 30ºC pode durar apenas seis meses.

As empresas do petróleo

A evolução do preço do petróleo tem implicações muito significativas no nosso nível de vida. Embora seja considerada por muitos como o mau da fita nas alterações climáticas, e já tenha sido prognosticado o seu fim, a verdade é que o nosso estilo de vida, sobretudo no último século, não teria sido possível sem o ouro negro…

Também é verdade que a evolução dos preços tem sido condicionada por muitos factores obscuros. Todavia, a descida nos últimos tempos tem sido muito favorável para grande parte do planeta, seja dos países mais desenvolvidos, seja dos mais pobres. Dos que perdem, não há grandes problemas, pois tratam-se marioritariamente de países dictatoriais, ou de empresas “gordas”.

Para conhecer melhor estas últimas, o infográfico elaborado pela empresa Stedas é bastante útil. Como podemos ver abaixo, as maiores empresas do ramo estão distribuídas um pouco por todo o planeta. Umas são mais conhecidas, como a Shell e BP, outras nem por isso, como a russa Rosneft. Uns países têm mais petróleo que outros, sendo surpreendente a segunda posição da Venezuela. Dos cinco países com mais petróleo resulta uma curiosidade imediata: não gostaria de viver em nenhum deles! Fica igualmente claro que não nos livraremos tão cedo dos combustíveis fósseis…

Dados de petróleo e gás

Dados de petróleo e gás

Experimentar um carro elétrico

Encontro nacional de veículos elétricos

Encontro nacional de veículos elétricos

Está marcado para este mês um encontro de veículos elétricos onde os interessados podem experimentar um. Trata-se de uma concentração à moda das concentrações de motas, mas só para quem ande de veículo que se alimente a ficha elétrica.

O evento tem uma página no Facebook e os podem obter mais informações nos fora da especialidade.

Pico de Hubbert

Há umas semanas falavamos da Lei de Moore, e de como revolucionou todo um sector tecnológico. Muitas poucas são as previsões a longo prazo que tiveram tanto sucesso como ela.

Há outra que também recordo desde há muitos anos, e que está relacionada com o atingir do pico de petróleo. Uma das previsões mais espectaculares neste domínio foi feita por Marion King Hubbert, um geofísico que trabalhava na Shell, que em 1956 previu que a produção de petróleo nos Estados Unidos continuaria a subir até 1970, e depois desceria, numa função em forma de sino. A imagem seguinte, retirada do Wikipedia, evidencia como as suas previsões se concretizaram de forma muito aproximada:

Previsão de Hubbert para produção de petróleo nos Estados Unidos

Previsão de Hubbert em 1956 para produção de petróleo nos Estados Unidos vs. realidade

Esta previsão, para quem segue o problema, foi furada recentemente, mas isso será tema de um próximo artigo. Também dirão que por cada previsão bem sucedida, há uma ou várias magnitudes de previsões a mais que saem furadas. Ainda assim, servem para “encaixar” a gestão que possamos fazer a médio/longo prazo, mesmo quando se considera apenas a gestão doméstica.

144ª lei: a do pico de Hubbert para o petróleo

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana falámos sobre as previsões que são sempre a subir e como um senhor chamado Hubbert veio apresentar uma curva que previu o declínio da produção de petróleo. Terminamos a analisar como o Fracking veio estragar as contas ao senhor Hubbert.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do Poupar melhor está também no iTunes

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Preço de referência dos combustíveis

Nunca aqui falamos da ideia burocrática do Governo de fixar um preço de referência nos combustíveis. Não falamos porque é uma ideia idiota e inútil, que só tem como única consequência a dos contribuintes suportarem mais um custo desnecessário. Até porque já havia alternativas, como esta da DGEG, e esta feita pela comunidade Mais Gasolina.

A ideia foi do Ministro Jorge Moreira da Silva. Na altura, há mais de um ano, ninguém duvidava da inutilidade da medida. A própria Autoridade da Concorrência não concordava com a proposta da medida. Para a APETRO, a medida não teria “qualquer vantagem para o consumidor” e inclusivamente dizia que “pode ter um efeito perverso”.

Mais de seis meses depois, a ideia estava prestes a passar à prática. Não antes sem mais um adiamento. Quando saiu, então foi a barraca total. Os valores de referência não correspondiam ao preço de venda. Deixavam de fora a parte mais interessante, que era aquilo que realmente varia, e que são os custos de distribuição. Enfim, uma medida mais típica do terceiro-mundo.

Na altura tomei nota mental de dar uma olhadela a esta aberração. A oportunidade chegou esta semana, quando vi uma notícia relacionada com os combustíveis low-cost. Ou muito me engano, ou vai ser mais um grande flop!

A primeira conclusão é que para além de tudo o que já referi, o site é impossível de utilizar. Pode ter sido azar meu, mas cheguei a estar largos minutos à espera de cada página. Diz tudo sobre a sua utilidade…

O site depois tem uma decomposição do preço de referência, do qual se retirou o gráfico abaixo, que confirma aquilo que já toda a gente sabe: que o custo dos combustíveis é essencialmente impostos:

ABC

Decomposição do preço de referência

Depois, finalmente, temos os tais preços de referência. Quer dizer, temos umas imagens. Se quisermos tratar os dados, eu não os descobri. Portanto, apenas podemos fazer figura de boi a olhar para um palácio. Isto é, umas imagens:

Legenda

Gráficos dos Preços de Referência

Da análise das duas imagens da esquerda, nada de novo nos traz, como certamente os leitores que têm acompanhado os nossos artigos e gráficos sobre os combustíveis. A imagem mais à direita, relativa ao spread entre os dados da DGEG e o preço de referência semanal, é a única interessante. Mas, mais uma vez, sem dados, não dá para explorar completamente. Por umas contas rápidas, percebe-se que há um ciclo mensal, com valores ligeiramente mais elevados. Dá também para perceber que a margem por litro se manteve, apesar da descida do preço do gasóleo, pelo que na verdade a margem percentual subiu.

Os dados anteriores confirmam que a medida não serviu para nada, especialmente para os consumidores. Os contribuintes, esses pagaram e continuarão a pagar mais este palácio… Enfim, esta inutilidade está ao nível daquela dos paineis das auto-estradas. Nada que nos espante, pois este Ministro do Ambiente não acerta uma