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Energia perdida a jogar?

Este pode poupar energia

Este pode poupar energia

Saiu nos últimos dias um estudo que nos dá conta da energia que se poderia poupar quando jogamos nos nossos computadores. Tal acontece porque os computadores utilizados para jogar têm normalmente características de topo, e que por isso normalmente consomem mais energia…

O estudo do Lawrence Berkeley National Laboratory (Berkeley Lab) pode ser consultado em maior detalhe neste link. O autor do estudo, Evan Mills, afirma que os jogadores podem conseguir poupanças no consumo de electricidade de mais de 75% pela mudança de algumas configurações e troca de alguns componentes, melhorando no processo a fiabilidade e desempenho… Um autêntico Holy Grail do jogo!

Na verdade, temos referenciado várias oportunidades de poupança neste domínio, na nossa etiqueta de computadores. O artigo refere um conjunto de dicas que vou experimentar, e que envolvem vários dos componentes que temos nos nossos computadores. Infelizmente, para muitos de nós, mudar esses componentes não é fácil, e o custo da mudança não trará um benefício líquido. Ainda assim, e para os entusiastas, e sobretudo os jogadores, vale bem a pena ler o artigo!

Insustentável Energia3

Há uns meses, depois de analisar a proposta Energia3, acabei por concluir que era a melhor oferta para um contador que temos, e em que o consumo é muito reduzido. A proposta de reduzir 50% dos custos fixos (potência contratada) era claramente muito interessante, num contexto em que os custos são praticamente apenas os custos fixos.

Acontece que só no mês passado me lembrei que era preciso deslocar-me ao Continente para eles creditarem o valor desse desconto. Como passo lá quase todas as semanas para fazer compras, peguei no telemóvel e tirei uma foto ao código de barras. Mas, quando cheguei lá, disseram-me, para grande espanto meu, que só aceitavam o código impresso em papel!!!

Eu sou todo a favor de preservar o Ambiente, mas estas coisas tiram-me do sério. Ainda por cima, na página de perguntas frequentes, podemos perceber como esta lenga-lenga do Ambiente é só para nos fazer pecar a todos:

Eles poupan no Ambiente, e nós temos que pecar de propósito!

Eles poupam no Ambiente, e nós temos que pecar de propósito!

Na verdade, eles muito simplesmente poderiam creditar o valor do desconto no cartão… Mas, não! Os objectivos são bastante claros:

  • Temos que ser nós a imprimir a factura, para sermos nós a ter os custos da impressão;
  • Temos que levar esse desconto ao Continente, para já que estamos lá, fazer umas comprinhas;
  • Quem não cometer o pecado anterior, que inclui derrubar uma parte de uma árvore, não leva descontinho!

Esta conversa descarada do Ambiente, para ser levada a sério, devia incluir a retirada dos prémios que estas empresas recebem por terem alegadamente um desempenho exigente nas práticas ambientais. Se são das 100 empresas mais sustentáveis do Mundo, então é porque alguém não deve estar a contar estes pequenos grandes pormenores!

Aliás, lendo a página de sustentabilidade da GALP, rapidamente se percebe que é “olha para o que eu dido, não para o que eu faço”! E se os links anteriores são da GALP, olhando para os relatórios de sustentabilidade da SONAE, chega-se rapidamente à mesma conclusão…

Medidor de voltagem do Apple Magsafe

SMC Voltmeter

SMC Voltmeter

Passava na Internet a noticia que alguém tinha criado um voltímetro a partir do conector MagSafe da Apple. O MagSafe é um conector da Apple em que o contacto depende de um ímã, o que faz com que se por acidente puxarmos o cabo não danifiquemos as peças de contacto.

Como não podia deixar de ser, já fui buscar o software, instalei e há-de servir para alguma coisa. Para já, sei que:

  • Corre um script quando ligo ou desligo o cabo de alimentação do MacBook Pro;
  • Gera um gráfico de voltagem; e
  • Tem um histórico de medições que regista o par Voltagem e data/hora da medição.

O programador dá-nos acesso não só ao programa, como ao código-fonte, como ainda disponibiliza no site uma versão de linha de comandos, muito útil se pretendermos reservar recursos do computador para outras tarefas. O A.Sousa vai querer um destes.

Análise económica à Powerwall em Portugal

No último podcast do Poupar Melhor falamos sobre o lançamento da Powerwall pela Tesla. Surpreendentemente, ou talvez não, ainda não vi nenhuma referência à viabilidade económica duma solução destas em Portugal.

Digo surpreendentemente, porque Portugal teria boas condições para que uma solução destas fizesse sentido. Temos uma das energias eléctricas mais caras do Mundo, ou pelo menos a mais cara da Europa em termos de poder de compra. E em termos de valor absoluto, não é a mais cara, mas uma delas. Se associarmos a isso que dominamos nas energias renováveis (o que não é necessariamente bom), seria natural que a Powerwall pudesse vir a ser um sucesso em Portugal…

Os cálculos que vou fazer a seguir são baseados nalgumas premissas, algumas como verão, bastante abonatórias para a solução. E são válidas para uma Powerwall, porque para uma casa normal, dada a limitação do consumo a 2 kWh, teria que se comprar quase certamente mais que uma… Outras premissas poderão não estar associadas à solução, mas à falta de informação concreta, terei que as introduzir.

A primeira premissa, que engata logo umas contas normais, é que o preço da Powerwall seria apenas parte do preço final. Haveria que considerar os custos de instalação, nomeadamente a de ligar este pequeno armário à instalação eléctrica de uma casa. Para além de partir paredes, instalar cabos e o trabalho de um electricista muito qualificado, muitas fontes na Internet revelaram o óbvio: que será necessário comprar também um inversor. E não me parece que a Certiel não deixasse de ter uma palavrinha a dizer… Enfim, vamos simplisticamente assumir que o custo seria de 3000 €, pela versão de 7 kWh, a que permite ciclos diários de utilização.

O primeiro cenário de utilização que vou abordar é o de utilizar a Powerwall como acumulador de energia, tirando partido da diferença de preço da electricidade na tarifa bi-horária (tri-horária não me parece que trouxesse vantagens neste caso). Recordemos que este tipo de tarifa é cada vez menos competitiva, e tem sido marginalizada pelas ofertas do mercado liberalizado. Esta espécie de arbitragem, a preços do Mercado Regulado para 2015, permitiria um ganho de aproximadamente 10.76 cêntimos por kWh (0.1076=(0.1853-0.0978)x1.23).

Neste primeiro cenário, descontando custos de capital, amortizações, custos de manutenção e tudo o resto que se possa imaginar, teríamos que consumir cerca de 27881 kWh de electricidade (27881=3000/0.1076) para a Powerwall se começar a justificar minimamente. Se considerarmos que o consumo médio de uma família portuguesa é de 2500 kWh, então a garantia de 10 anos desta solução não serve o consumidor típico…

Num segundo cenário, vamos admitir que conseguimos produzir electricidade de borla, ou a custos marginais, o que obviamente ainda não existe. Assim, deixaríamos de pagar electricidade à EDP (bem como a taxa de televisão), e neste caso assumimos, por simplicidade, a tarifa simples do Mercado Regulado, e que é neste momento de aproximadamente 0.1952 cêntimos por kWh (0.1952=0.1587×1.23). Neste cenário, o custo da Powerwall começaria a justificar-se minimamente a partir da produção de 15369 kWh de electricidade gratuita…

Em qualquer cenário, há todavia outra limitação. A Powerwall tem uma eficiência de 92%, pelo que por cada 100 kWh que lá metermos, só sacamos 92 kWh. A isto haveria que somar as perdas do inversor. Acontece também que as baterias de iões de lítio não devem ser descarregadas abaixo dos 40%, pelo que cada dia que passa só iremos realmente utilizar, na melhor das hipóteses, a bateria em 50% da sua capacidade, ou seja em 3.5 kWh por dia. Ora, na vida garantida da bateria, que é de 10 anos, teremos a capacidade de utilizar qualquer coisa como aproximadamente 12775 kWh de electricidade (12775=3.5x365x10). Um valor inferior aos anteriores, pelo que inviabilizando tecnicamente a sua utilidade.

Na verdade, muitos mais factores distorcem esta análise simplista. A primeira é a da subida dos preços da electricidade, porque sim. Depois, este comportamento assume que a própria solução não afecta o comportamento do sistema, conforme referimos no artigo do Powerwall. Os donos de instalações fotovoltaicas podem igualmente ter muito a perder com esta opção. Mas, para mim, a principal questão é que vivemos certamente o início de uma era em que vai haver substancial desenvolvimento nesta área. E não tem que ser baterias de iões de lítio! Estas são muito populares porque são leves e assim adequadas para portáteis, telemóveis e carros eléctricos. Mas não tem que ser assim para uma coisa que fique encostada a uma parede… E daqui a muito pouco tempo, num futuro não muito distante, esta solução será rapidamente ultrapassada, qual autêntica Lei de Moore, como podem ver pela imagem abaixo, retirada deste artigo da Nature. Por isso, outros que a comprem, e que não subsidiemos os ricos que o façam

Evolução do custo

Evolução do custo de baterias em carros eléctricos

Powerwall da Tesla Motors


Não podíamos deixar passar em claro o anúncio da Tesla Motors de lançar uma bateria doméstica. A empresa Tesla conhecida pelo seu carro elétrico vem agora propor-nos uma bateria de montar na parede por uns míseros $3.000,00. O valor não é exagerado se tivermos em conta a sua capacidade, embora pudessem encontrar algo semelhante por outros preços, mas apenas preparado para serviços industriais.

Como diz a Wired, podem ter uma deceção se comprarem uma bateria destas pensando que obterão dela 100% de eficiência. A questão da ineficiência do equipamento não é a única.

Houve que sugerisse que a utilização do lítio como matéria prima deste tipo de equipamentos, à medida que o seu uso se tornar mais generalizado, poderá entrar num processo de esgotamento semelhante ao do petróleo.

Outra questão é a eficiência económica da aquisição de um equipamento destes. A ideia de adquirir um equipamento destes para acumular energia da rede em período em que o valor de venda fosse o mais baixo pode ser atrativa.

No entanto, à medida que houver mais pessoas a investir nestes equipamentos, a procura da energia em período de baixa, aquilo a que chamam o período de vazio nas tarifas bi-horárias, pode vir a tornar-se um período em que a diferença do custo da energia será quase nenhum uma vez que haverá mais procura, o que aumentará o preço.

Por último, tal como nos combustíveis automóveis, a legislação inventada porque sim e porque não, pode manter o preço da eletricidade a subir porque sim e porque não. Se os consumidores insistirem nessa coisa nefasta que é o auto-consumo, isto é, o consumo da energia elétrica que eles próprios produzem, podem ver-se a braços com taxas de produção nessa energia para compensar a quebra da procura perante a oferta das grandes empresas produtoras.

143ª bateria: o da bateria doméstica da Tesla Motors

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana falámos do lançamento da bateria Tesla e de como poderá não resolver aquilo que se propõem a resolver.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do Poupar melhor está também no iTunes

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